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Vygotsky e o desenvolvimento humano
10-08-2010 19:56Site aberto ao público
10-08-2010 01:41Integração x Inclusão:
09-08-2010 23:20RELATÓRIO CONCEITO
09-08-2010 23:01HENRI WALLON: PSICOLOGIA E EDUCAÇÃO
09-08-2010 22:58TEORIAS INTERACIONISTAS DO DESENVOLVIMENTO
09-08-2010 22:50ASPECTOS DA OBRA DE WALLON QUE PERMANECEM ATUAIS E ORIGINAIS
Na Europa, em particular na França, mesmo após a morte de Wallon, o interesse por sua obra manteve-se vivo, como atestam os inúmeros artigos, livros e teses a ele consagrados, assim como as sucessivas reedições de seus livros. Nos últimos anos este interesse tornou-se ainda maior em vários países, até mesmo nos Estados Unidos. Seus mais importantes trabalhos ( obras e artigos ) foram traduzidos em diversos em diversos idiomas: espanhol, italiano, inglês, húngaro, polonês , russo, etc. Alguns de seus livros mais conhecidos foram traduzidos para o português e um deles foi publicado no Brasil em 1971(Origens do caráter na criança, São Paulo, Difusão Européia do livro). Wallon é considerado um psicólogo atual, já que suas preocupações são referentes ao estudo da criança ( em particular da 1º infância). São justamente estas preocupações que se encontram no primeiro plano de psicologia em nossos dias.
Outra importância da obra de Wallon hoje se justifica também pela preocupação central que este psicólogo teve em firmar a especificidade da psicologia, opondo-se à qualquer espécie de reducionismo (organicista ou sociológico) ou ao dualismo "alma e corpo". Wallon não aceitava dissociar o biológico do social. Henri Wallon hoje no Brasil, é relançado pois sua obra representa uma alternativa de reflexão e estudo, tendendo a privilegiar as contribuições das neurociências e de certas teorias psicológicas em moda. Podemos encontrar nos trabalhos de Wallon não apenas um referencial teórico geral, mas também fundamentos para o desenvolvimento de pesquisas em psicologia da criança. Wallon em sua obra, trata da psicologia e da educação de uma forma igualitária, sem deixar que uma supere a outra. Para ele a psicologia e a pedagogia constituem dois momentos complementares de uma mesma atitude experimental.
Tendo como princípio a idéia de que a comunicação entre a ciência e ação deve ser permanente, as preocupações de Wallon como cientista estiveram sempre ligadas às suas preocupações com a educação, a reeducação e a saúde física e mental da criança. Foi este aspecto de sua obra que Piaget pôs em relevo quando afirmou: "... o que dá um valor particular às pesquisas deste grande homem de ciência, é o fato de elas se dirigirem simultaneamente para a busca da verdade e para a aplicação pedagógica e social"( Cf. Tran-Thong.30, 1969). A prática educativa constitui uma fonte permanente de questões indispensáveis para a pesquisa psicológica e pedagógica. Wallon lembrou, por exemplo, que "os problemas pedagógicos é que incitaram a busca de outros procedimentos para avaliar e utilizar as forças e as formas do desenvolvimento psicológico da criança". Wallon discutia que o estudo da criança não deve envolver apenas educadores e psicólogos, mas sim deve exigir colaboração de todos que estão em contato com ela. O modelo walloniano descreve a criança como um ser animado para objetivos, utilizando para realizá-los certos meios comportamentais. Estes meios diferem e se multiplicam à medida que a criança se desenvolve.
A função principal que Wallon atribui à emoção no desenvolvimento das capacidades expressivas de sinalização coloca-o como um dos pioneiros no estudo do não-verbal e, em particular, das "posturas-sinais". As mímicas do bebê é que, principalmente, atraíram sua atenção. Ele as considerava como produto selecionado de um equilíbrio inicial, para o qual não se justifica a necessidade de qualquer aprendizado. Justamente desta maneira que elas são concebidas atualmente, à luz dos trabalhos que mostraram a existência inicial, no bebê, de uma gama bem maior de expressões faciais do que as utilizadas em cada cultura. O aspecto mais valorizado da obra de Wallon continua sendo, porém, seu modelo de desenvolvimento psicogenético.
Conclui-se que a concepção de Wallon sobre a educação se caracteriza, essencialmente, pelo otimismo decorrente de sua concepção da criança e de seu desenvolvimento. Para ele, a fatalidade não existe:
"A constituição biológica, ao nascer, não será a única lei do destino ulterior da criança. Seus efeitos podem ser amplamente transformados pelas circunstâncias sociais de sua existência, sem que a escolha pessoal esteja ausente".